Texto de
Psicóloga, Licenciada em Psicologia pela
Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade do Porto,
Portugal 2007.
A construção de uma
boa imagem pessoal e profissional está inerentemente relacionada com dois
conceitos básicos: a dualidade e a credibilidade. A dualidade significa que as
pessoas têm ou não uma boa imagem. É construída num processo, não pode ser
imposta, sendo obtida como resultado cumulativo de interações. É composta por
comportamentos, hábitos, posturas, ética, conhecimentos, habilidades e
competência. A credibilidade significa que uma boa imagem pessoal passa por
transmitir confiança ao cliente, a qual se vai mantendo ao longo do tempo, e
que vem da consistência dos resultados com a satisfação do cliente. Esta imagem
pessoal e profissional é tanto mais importante, quanto maior for o contacto
direto com clientes, por exemplo em atividades de atendimento ao público.
A nossa
imagem pessoal é construída normalmente em três momentos distintos:
- 1) Primeira Impressão que é formada nos três
primeiros segundos;
- 2) Imagem Inicial que é formada nos primeiros
contatos;
- 3) Imagem propriamente dita, que é aquela
imagem já formada que temos que manter e melhorar.
Em seguida
iremos abordar algumas considerações sobre cada uma delas.
A Primeira
Impressão
Normalmente sabe-se
que “ninguém tem uma segunda oportunidade de causar uma primeira boa
impressão”. Estudos* atestam que são necessários somente 3 segundos, para a
formação da Primeira Impressão e nesses escassos segundos, os principais
fatores que influenciam na formação da imagem são:
- 1) Visão (conjunto da imagem) do primeiro
impacto com 25%;
- 2) Tom da Voz com 18%;
- 3) Adequação das palavras utilizadas com 14%;
- 4) Linguagem Corporal com 10%.
(*Management
Institute of Tecnology – EUA – Revista Venda Mais – Dez 2001)
O interlocutor é
influenciado principalmente pela aparência e pelo vestuário. Assim, no que diz
respeito à aparência, o que mais chama a atenção além dos tradicionais traços
de higiene pessoal, é a expressão facial. Espera-se desta expressão nos três
segundos iniciais que seja de um sorriso que demonstre sinceridade. No conjunto
que compõe a expressão facial, devemos ter uma atenção especial no genero
feminino com os cabelos, que devem estar bem cuidados e penteados e no genero
masculino, para além destes, com a face, que deve estar limpa e barbeada.
Relativamente ao
vestuário, o ideal é que corresponda às expectativas do interlocutor dentro dos
seus conceitos de apresentação pessoal adequados ao contexto. Um profissional
deve sempre optar por peças de vestuário que não constituam um elemento de
distração e não perturbem a comunicação com os interlocutores.
Para facilitar na
definição do vestuário ideal a usar na sua atividade profissional, sempre que
possível, é importante analisar antecipadamente as características dos seus
interlocutores, o ambiente e objetivos da sua empresa e os costumes locais.
Caso não seja possível, o mais adequado é usar a discrição e o “bom senso”. Se
na sua empresa tiver de usar farda ou uniforme, estes deverão estar sempre
impecáveis.
Ainda sobre a
aparência, sem entrar na linguagem corporal que será tratada mais à frente,
iremos falar sobre a postura. Assim, nos primeiros três segundos do primeiro
impacto, é importante ter em atenção a colocação da cabeça e tronco, que devem
estar erectos. Não se deve manter a curvatura dos ombros que denota cansaço ou
mesmo desânimo. Por outro lado, se estiver na posição de sentado, esta deve
manter-se correcta no assento, pois caso contrário, a primeira impressão que
causar será negativa.
No que diz respeito
ao tom de voz, deverá utilizar um tom e velocidade da fala igual à do seu
interlocutor garantindo assim a necessária sintonia.
As palavras
utilizadas devem ser adequadas, o que significa principalmente a atenção no uso
de palavras condizentes e pertinentes ao momento, sem erros de pronúncia,
vícios de linguagem, gírias, expressões que denotem intimidade, frases feitas
sem originalidade, frases em tom de anedota, ou mesmo citar um volume enorme de
informações para a qual o momento não é o adequado. O momento pode ser sóbrio
ou descontraído e a pessoa deve-se adequar a ele, demonstrando já neste início
de contacto, que a peça chave desse relacionamento profissional é a pessoa do
“cliente” e não a sua.
Relativamente à
linguagem corporal incidimos especial atenção sobre o cumprimento social e o
contacto visual. O cumprimento na nossa cultura materializa-se com um “aperto
de mão”, acto que deve obedecer a algumas regras simples como:
- A mão deve ser
fechada de forma firme e sem apertar;
- O braço não deve
balançar mais do que três vezes e de forma natural, porém segura.
Como todo o
contacto físico, o aperto de mão é revestido de interpretações e
consequentemente obriga-nos a alguns cuidados especiais, nomeadamente quanto à
não invasão do também denominado espaço pessoal, mantendo uma distância
socialmente aceite do nosso interlocutor (é normalmente tolerada a distância de
dois antebraços).
No contacto visual,
importantíssimo na formação da “primeira impressão”, se queremos de facto
iniciar um processo de conquista da credibilidade do cliente, o olhar deve ser
directo nos olhos do nosso interlocutor e ao mesmo tempo deve demonstrar
segurança e seriedade, mas tendo cuidado para não parecer demasiado intrusivo.
Assim, os olhos são a “janela da alma”, e o nosso olhar deve transmitir
exactamente a nossa saudação sincera.
A Imagem Inicial
A Imagem Inicial é
formada no decorrer dos primeiros contatos. Partindo da premissa que causamos uma
primeira impressão positiva, em seguida, no decorrer da primeira entrevista a
nossa principal preocupação é deixar no final uma Imagem inicial positiva sem
prejuízo, no entanto, do nosso relacionamento profissional.
Queremos que seja
criada uma boa imagem pessoal e profissional, sem esquecer o nosso objectivo
específico para aquela visita.
Lembrando o que foi
dito no início quanto à formação da imagem, aqui estão em jogo os nossos
comportamentos, hábitos, postura, ética, conhecimentos, habilidades e competência
e o que temos é que utilizá-los correctamente para conquistar a pretendida
credibilidade e confiança junto do cliente. Existem no entanto alguns conselhos
que podem ser úteis na promoção desta imagem inicial positiva, a saber:
- Comportamentos:
para além das regras de etiqueta social obrigatórias, existem algumas sugestões
práticas que consideramos mais importantes neste momento.
- Demonstre claramente desde o início o
objectivo da sua visita.
- Demonstre orgulho no que faz e/ou vende.
- Mostre respeito pelo seu tempo e do cliente.
- Seja educado, porém fique preparado para a
marcação de outra visita ou uma reclamação se não conseguir a “atenção
selectiva” necessária.
- Hábitos:
a maioria dos bons hábitos profissionais está relacionada com a educação que recebemos
e portanto, tal como nas regras de etiqueta, vamos apenas lembrar de algumas
situações consideradas críticas para a imagem profissional.
- O cumprimento do horário de trabalho, ou seja,
a assiduidade e pontualidade, são fundamentais para a formação de uma boa
imagem profissional.
- Outro hábito fundamental é o da comunicação
personalizada, ou seja, usar desde a apresentação, o nome do seu
interlocutor sempre que possível.
- Não interromper a pessoa que está a falar, por
nenhum motivo.
- Postura:
deve ser amistosa, agradável, natural e cativante, apesar de comedida.
- Ética:
Tendo sempre como referência as normas éticas da sua actividade profissional,
em face a um cliente/ outro interlocutor, deve ter também em atenção aos
seguintes conselhos:
- Não falar mal da sua concorrência, pois será
mais vantajoso salientar as vantagens da sua empresa e se possível fazer
com que o cliente descreva os pontos negativos das outras;
- Não falar mal da concorrência do cliente, pois
ainda não sabe de onde ele veio e nem vai saber para onde vai no futuro,
cative um aliado, esteja ele onde estiver;
- Ser ético respeitando as regras vigentes na
empresa onde trabalha e incluindo e principalmente nas informações
consideradas confidenciais.
- Conhecimentos:
principalmente se for um primeiro contacto, e no caso de ter como objectivo
conhecer o máximo possível do seu cliente, seja comedido em demonstrar excesso
de conhecimentos, forneça informações na medida do necessário e do interesse do
seu cliente, mas não queira “aparecer” como o “sabe-tudo”, pois tal atitude
pode interferir negativamente na sua imagem e bloquear a concretização.
- Habilidades:
é importante salientar não todas as suas habilidades, mas especificamente
aquela pela qual você normalmente se sobressai, que todos comentam ser uma
virtude nos primeiros contatos, o que em si cativa a pessoas. Essa habilidade
é denominada de “fator único”. Descubra o seu fator único e faça uso dele
principalmente nesse momento.
- Competências:
são um conjunto de conhecimentos, aptidões e atitudes que harmonicamente
desenvolvidas, produzem um resultado final esperado e desejado.
Finalmente e como
objectivo essencial da construção da Imagem Inicial, mais do que “ser” é
preciso “parecer” competente. Assim, antes do estabelecimento do contacto deve
estudar a mensagem que quer transmitir, treinar e visualizar mentalmente os
resultados pretendidos.
A manutenção da
imagem
Uma vez que a
imagem já esteja formada, devemos colocar periodicamente a nós próprios as
seguintes questões:
- Será que eu sei realmente como o meu cliente
me vê?
- Estou realmente a cumprir com todas as minhas
promessas?
- Tenho feito efectivamente o suficiente pelos
meus clientes?
Se respondermos sim
a todas as questões acima referidas, não temos muito que nos preocupar com a
nossa imagem, ela está a ser mantida, no entanto...
Lembre-se que as
indicações e referências relativas à sua empresa são influenciadas
principalmente pela sua imagem. De reter também que a imagem ideal do
profissional é que uma imagem de confiança perante o cliente.
Finalizando,
lembramos que a Imagem Pessoal faz parte do seu Marketing Pessoal e que o mesmo
se faz com clareza de objetivos, integridade, posicionamento, comprometimento,
relacionamentos, conhecimento, imagem, auto-estima e motivação.
A melhoria da
imagem pessoal deve ser contínua, pelo que se vai construindo com progressivas
e pequenas conquistas e não apenas com uma grande conquista.
Bibliografia:
Branco, B.(2004). Megaservice - Assessoria
Empresarial e da Academia do Sucesso em Vendas.www.megaservice.com.br
Fachada, M.O. (2003). Psicologia das Relações
Interpessoais (1.º Volume). Ed. Rumo
Olá! tudo bem, sou BU mas em artesanatos esta passando e resolvi dar fazer uma visitinha adorei seu cantinho suas dicas venha também me visitar vc vai adorar.ah já estou te seguindo .
ResponderExcluirbj
Adri
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Oi Adriana, tudo bem? obrigada pela visitaaaa!!!!! vou lá visitar vc tb. bjs
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